O Serpentine Pavilion 2014 foi recentemente inaugurado no Hyde Park de Londres. O programa consiste em convidar arquitetos que ainda não tenham obras construídas no Reino Unido a criar uma instalação temporária durante os meses de verão; e este ano foi a vez do chileno Smiljan Radic, que raramente constrói fora de seu país e que é, indiscutivelmente, o arquiteto menos famoso da história do Serpentine Gallery.
Sempre um destaque no calendário arquitetônico de Londres, os críticos quase fazem fila para conhecer a obra e, então, escrever suas resenhas. Neste ano as opiniões são quase unânimes: o Pavilhão de Radic é, sem sombra de dúvida, estranho. Mas os críticos também são unânimes em outro pontos: este pode ser um dos melhores Serpentine Pavilions de todos os tempos.
Leia a seguir o que alguns críticos disseram sobre o projeto deste ano.
"Espetacularmente excêntrico"
Escrevendo para o The Telegraph, Ellis Woodman relata como que, junto com o pavilhão do ano passado, de Sou Fujimoto, o programa do Serpentine Pavilion passou por um processo de renascença nos últimos anos, depois de sofrer nas mãos de arquitetos de renome internacional que talvez estivessem muito ocupados para dar ao pavilhão a atenção merecida.
O crítico não poupa elogios para a incomum obra de Radic, argumentando que ela "resiste ferozmente a descrições em termos arquitetônicos convencionais", e conclui:
"É realmente muito esquisito"
Edwin Heathcote, que escreve para o Financial Times, parece demonstrar o mesmo ponto de vista de Woodman, de que a estrutura desafia a descrição, com uma resenha repleta de ressalvas e reviravoltas lógicas:
Quando se trata de discutir o conceito de Radic por trás do pavilhão, que incluiu inspirações do conto O Gigante Egoísta, de Oscar Wilde, Heathcote argumenta: "Francamente, não consegui enxergar isso. Mas tudo bem."
"A estrutura mais estranha de todas"
Oliver Wainwright, do The Guardian, se junta aos outros críticos nessa série de admirações ao estranho , focando em como o pavilhão (e a arquitetura de Radic em geral) "se diverte com a justaposição de materiais, contrastando uma força geológica à delicadeza de coisas que parecem tecidas ou cultivadas":
"Excêntrico e enigmático"
Redator do BD Online, Ike Ijeh confirma o comentário de Wainwright sobre as justaposições do projeto:
Referindo-se à concha de fibra de vidro, projetada para imitar a aparência de papel machê, ele comenta que o pavilhão é "em cada centímetro, uma maquete arquitetônica em grande escala", concluindo que a estrutura é "um dos exemplos mais esotéricos já convertidos em programa arquitetônico."
"Uma ideia que se volta tanto para frente como para trás"
No London Evening Standard, Robert Bevan admira o casamento de um "monumento neolítico" com "algo vagamente alienígena e futurista", comentando que a arquitetura de Radic se mostra "uma abordagem mais lúdica e infantil dos edifícios do que a maioria dos arquitetos se permitiriam."
Fazendo uma pequena crítica, ou melhor, uma sugestão, ele diz:
Mas sem dúvida o crítico vê o pavilhão como um sucesso, celebrando a escolha dos curadores do Serpentine, Julia Peyton-Jones e Hans Ulrich Obris.